NOVO CAPITULO

Afinal falei sobre ti, meu amor eterno

parte 4

o amor é lindo III

antes de mais gostava de pedir aos leitores, se querem que isto seja seguido e descomplicado deviam de deixar simplesmente a mensagem por baixo de cada folhetim...lido e claro o nome!!!
para min seria mais facil gerir e para voces que leem, não teriam de esperar tanto...
pensem nisso.

Já o gelo tinha quebrado um pouco reparei que a Melanie me fisgava o tempo todo e que não parava quieta, disse um segredo a mana onde a resposta foi em voz alta, pergunta tu! Se podes ou não ir para o colo do Alix! como me passou a chamar. Aí acenei com a cabeça que sim e nem tive tempo de mais nada e já a tinha no colo fisgando-me com uns olhos muito abertos e queridos, e perguntou logo, Alix queres jogar comigo ao memorie? Memorie mas que jogo é esse? ela não se fez rogada saltou do colo foi ao quarto e regressou com umas cartas que tinham fotos de animais e coisas assim, sentou-se logo de novo no meu colo e começou a espalhar as cartas viradas com as fotos para baixo, virou um e depois outra mas não coincidiam! Repôs no lugar e disse, agora és tu

Bem lá virei tb uma e depois outra mas nada, passado um pouco já ela tinha ganho o primeiro jogo onde nos rimos todos, já a mana mais velha começava a ficar com ciúmes da pequerrucha pois estava a invadir terreno alheio. Vá Melie como lhe chamavam, deixa lá o Alix em paz pois ele é meu e não teu… lá cedeu mas contra a vontade e com o recado dado de que quando voltar que queria jogar comigo sempre sempre.

Achei amoroso da parte dela, mas tinha era de negociar com a irmã. No fim o pai levantou e ainda tinha de sair pois fazia parte do sindicato e havia uma reunião. Nesse dia fui ficando lá em casa na conversa com a mãe e filhas e até me esqueci do tempo.

Tinha atingido um estatuto que nunca tinha sido atingido por mim, namorar oficialmente com consentimento dos pais. O mundo é tão lindo quando se ama, mas tão cruel se, se não for amado. Mas eu era amado e amava de verdade, não me envergonho de o dizer ao vento e ao mundo e a quem quiser saber que amei e muito a Gabi e ela nunca se pode queixar de que fui mau para ela alguma vez! Pois a única vez que o fui foi mesmo a pedido dela! Sim a pedido, até eu fiquei surpreendido pois não estava a contar com tal ideia. Um belo dia tinha ela ido me buscar ao trabalho e fomos a pé direcção a casa da prima, onde seria servido cafezinho da tarde. A meio do caminho ela virou-se para mim e sem mais nem menos pediu que lhe desse uma estalada na cara!!!

Bem, estás-te a passar? Como assim estalada? Sim vá lá quero saber como é levar um estalo teu. Excitei muito tempo pois não fazia sentido nenhum na minha cabeça, bater em alguém que tanto amava, se me pedisse um beijo diferente ou flores que não se podem arranjar! Agora porrada… mas ficou ali estatelada a espera com a face preparada como quem espera castigo! Lá me convenceu e então dei-lhe uma estalada mas claro que mal toquei na face foi tão mansinho que quase era mais uma festinha que estalada!

Vá lá uma a sério? Meu amor já pensaste o que me estás a pedir? Nem olhas em volta?

Se alguém vir até pensa; olha aquele filho da mãe de estrangeiro a bater na namorada.

Vá não penses muito e dá! Ok eu dou mas depois não te queixes. E pimbas aí vai molho.

Dei uma que até ficou marcado na cara, mas doeu tanto a mim como a ela ou melhor se calhar doeu mais a ela porque achei que não estava a espera que realmente o fizesse, teve de se conter para não chorar, Tal foi.

Autor Alexandre Ferreira

gostaria de retirar os antigos mas sei queexiste alguem que ainda não leu! e prometi esperar
até ao fim de agosto no minimo...

O amor é lindo II

Quando soube fiquei radiante, afinal acabei por ser aceite no ceio da família e isso era fantástico. Já não tinha de ir para o parque das traseiras mas sim mesmo até a porta do prédio levar e buscar o meu amor. Um dia fui convidado a subir! Oh meu deus agora é que vai ser, ainda saio de lá com uma carga de porrada, quando a ia buscar já ela estava sempre a varanda a minha espera pois via-me dar a curva onde virava para a rua dela e então acenava-me sempre como quem envia um beijinho e descia de seguida para ma apanhar sem ter demoras. Mas nesse dia ela desceu e quando cheguei ela não se dirigiu como costume para a porta do pendura mas sim para o meu lado, onde já tinha aberto o vidro. Oi tudo bem? Sim ta tudo bem! E contigo? Também. Porque estás tão radiante? E porque não entras no carro meu amor? Riu com ar de felicidade e disse! Os meus pais querem que subas, que venhas lanchar com eles e para falar contigo tb e conhecer-te claro. A sério? Tens a certeza? Não sei se. Mas já me tinha aberto a porta do carro e fazia uma venea para que saísse do mesmo, com aquele sorriso lindo claro que nem consegui resistir a dar um beijinho fugido nos lábios, mas não fosse estar a ser observado lá de cima e então é que levava porrada.

Lá sai do carro e prontos agarrado pelo braço e como teleguiado por alguém lá entrei no prédio seguimos para o elevador entramos e ela carregou no sétimo andar, enquanto subíamos claro que aproveitamos e bem os segundos para nos abraçar e beijar, acho que foi rápido demais pois já sentia os travões e então largamos, a porta abriu e já havia alguém a nossa espera, era a pequenina a Melanie que bem depressa me agarrou na mão e me puxou para a porta que ficava do lado esquerdo, escoltado por duas princesas lá me deixei arrastar. Quando a porta se abriu e entramos admito que sentia um leve tremor nas pernas e que o melhor era mesmo fingir que era uma coisa muito normal ir conhecer os pais da namorada que pelos vistos até era menor e que o normal seria ser escorraçado pelos pais! Mas não, a mesa já estava posta para quatro adultos e uma criança. Antes de me sentar lá me dirigi à mãe e cumprimentei-a apresentando-me, e de seguida ao pai e tb com um aperto de mão lá me apresentei, depois fui convidado a sentar a mesa os pais ficaram virados para a janela, a Gabi ficou do lado oposto juntamente com a mana e eu fiquei no topo da mesa entre mãe e filha. O pai então lá começou a falar e a fazer perguntas do tipo o que fazia? de onde era? Enfim.inquerito!

Lá respondi onde trabalhava e que era Português, que já estava na Alemanha há sete anos, onde comentou que falava muito bem alemão, que nem era muito normal pois na firma onde trabalhava também tinha portugueses que apesar de de estarem à mais anos, ainda não sabiam tanto como eu. Bem pelo menos já era algo positivo, pensei eu cá para os meus botões. Serviram-me café e a mãe perguntou-me se queria comer algo, aí disse que o melhor era não se preocupar pois não gostava de manteiga e o pão como era barrado! Tudo bem esteja a vontade, onde disse que me podia tratar por tu então ela disse que a tratasse por pelo nome simplesmente que tb era Helga!

continua
Autor; Alexandre Ferreira

O amor é lindo I

O tempo passa e cada vez a paixão aumentava mais. Era como magia nunca pensei que fosse possível alguém se completar na perfeição, líamos nos olhos os desejos do outro e não nos fazíamos rogados em concretizar seja o que for, só mesmo uma coisa é que não ia acontecer antes do tempo proposto. Não é que não houvesse disponibilidade para tal!

Mas ao menos isso queríamos que quando acontecer que seja num sitio agradável e sem medo! Preparados e com protecção, queríamos que fosse sexo seguro mas claro o ambiente a volta devia ser bom e não ter que estar com medo de que alguém nos descobrisse no meio de algo e tivéssemos de interromper no meio algo que ambos queríamos.

entanto já a mãe da Gabi sabia que ela tinha um namorado só faltava o pai tb saber, pois o irmão que era alcoólico e já tinha feito uma desintoxicação e frequentava um grupo de anónimos! Já sabia e até aceitou muito bem, um dia encontrou-nos juntos na rua e falou-nos como se nada fosse cumprimentou-me como schwager/cunhado! Brincou com a mana, até parecia que o mundo era perfeito. Mas eu sabia dos problemas dele! Ele é que nem imaginava… depois tb havia a mana mais nova de quem ela sempre falava com um carinho muito especial a Melanie, que nasceu muito atrasada em relação aos outros três! Sim três ainda havia uma irmã que era assistente de medico e que trabalhava precisamente no médico ao lado da minha casa, era a Helga Frangenberg. Muito elegante e bonita mas nunca me tinha passado pela cabeça que fosse irmã da Gabi, já a tinha lá visto! O mundo é pequenino.

Com o tempo a passar até o pai foi devagarinho se apercebendo que a menina dos olhos dele já era uma mulherzinha e que pelos vistos já andava a namoriscar! O que lhe valeu duas semanas de castigo. Penso que foi por ser um estrangeiro! Mas acabou por ser bonzinho e aliviou o mesmo pouco antes do fim e dizendo que me queria conhecer.

continua com p amor é lindoII
Autor Alexandre Ferreira

O amor é lindo

Autobiografia continuação

no tamanho não importava nada. Saltei do carro que no entanto já tinha mudado para o opel record que tinha sido do meu pai e era muito bonito e dava aspecto de carro de luxo com 1900 de cilindrada e caixa automática azul e tejadilho preto forrado com uma espécie de cabedal! Paraxoques de inox brilhantes, era o máximo. E corri para ela como se já não a visse a anos ela estava tão radiante e feliz pois viu que me fez realmente uma surpresa agradável. Beijei-a longamente e com tanta ternura que descrever é difícil.

Depois de conformado com o acontecimento lá me dirigi para a porta do pendura, abri e fiz uma venea, faça favor de entrar no meu humilde carrito, ela aceitou tb com um aceno que terminou mais uma vez num beijo. Recolheu as saia para que não enxovalhe e lá fui a volta mas sempre fisgando-a firmemente nos olhos e com aquela cara de quem ainda nem pode acreditar no que viu… seguimos viagem até ao local e claro escusado dizer que pelo caminho me desfiz em elogios e beijos e mãozinha na perna nua desta vez! Foi demais. Penso que para ela tb deve deter sido tão confortante que iria repetir muitas vezes! Uma vez no barco começou então a sedução sentados frente a frente, eu com os remos e ela somente levemente encostada para trás gozava a paisagem de perna cruzada, pois é eu tb gozei a paisagem que se me oferecia de frente mas um pouco tapada mas ela depressa percebeu que podia ser mais excitante se descruzasse as pernas e não se fez rogada descruzou mas com um gesto provocante que me deixou tonto. Era demais pena que o dono do lago não se fosse embora, mas acho que ele entendeu ou leu os pensamentos, como era o único barco alugado naquela tarde! Lá se foi dar uma volta, pois é e mais não digo!!! Fica a vossa imaginação.

Parte de texto (a minha primeira namorada)

Autoria de Alexandre Ferreira

Continua para a próxima semana

reencontros

Ora bem mais uma vez consultar a minha lista
Ver óleo do carro, abastecer, não esquecer de levar os garrafões de vinho vazios. Ah e muito importante passar pelo Jorge! O carro anda a falhar. a partir dos cem quilómetros por hora deixa de puxar normal.
ok, abastecer e prontos
Jorge por favor enriquece um pouco a mistura, quero ver se chego Aida antes do meio dia ao norte, quero fazer uma surpresa a minha mãe…
Ás quintas o transito na A1 é pouco por isso posso abrir mais. -vais só? Sim pá, quero ir só, assim tenho-os só para mim! – Ai é és capaz de ter razão.
Olha já está , vai com cuidado, eles andam aí e em menos de nada estão atrás de ti e ficas sem carta! - Ta não te preocupes, quero chegar são-e-salvo.
Então até segunda! Queres que te traga algo de lá? - Sim se quiseres um presuntito dava jeito. ok vou ver se não esqueço e agora vou que a esposa já deve de ter as malas feitas! Sabes como ela é! Sempre pontual… faz as malas com dias de antecedência, a roupa chega sempre já amarrotada, como é ela que passa a ferro nem quero dizer nada, depois ainda resmunga! Ok xau, da cá um abraço! Ai, nem te perguntei quanto te devo do trabalho? - Nada meu! Trás lá um presunto que fica pago. – Ok vou trazer e muito obrigado, realmente o carro já parece outro! Minha nossa, puxa mesmo! Boa, vai ser canja esta viagem.
Paulinha tens a certeza que não queres vir? - Não, não a Jacky vem domingo de manhã do escuteiro e alguém tem de cá estar! Para a ir buscar! Não te preocupes, depois telefona, leva estas calças tuas para o teu pai, de qualquer maneira já não as vestes, pois da maneira que perdeste peso elas ficam-te quase a cair quando as vestes. até se vê o rabo!
Vai lá e dá cumprimentos aos teus pais. Sim linda darei, da cá um beijinho pois só nos vemos segunda de manhã.
Minha -nossa já se torna tarde! Quatrocentos quilómetros ainda demoram pelo menos quatro horas! Já são dez e meia e ainda cá estás! Despacha-te se queres chegar a horas de almoço decentes, sabes que o teu pai gosta de dormir a sesta! Por isso não espera muito, se tas comes! Se não estas, então estivesses. Lá a hora de almoço é sagrada para que possa dormir uma sesta! - Ah sim claro, mas na hora de almoço já devia de lá estar.
Saí um pouco triste, estava já atrasado e ia ter de acelerar um pouco mais que o costume e afinal com as novas maneiras de actuar da policia, os radares e carros patrulha por todo o lado disfarçados de civis com cadeirinha de bebe no assento de trás para disfarce, claro que o risco de ser apanhado é muito maior! Não concordo com este procedimento, pois acho que deviam marcar presença com carros bem identificados, e não assim. As multas pesam e a carta de condução é um bem precioso, mas muito mais preciosos é a saúde e os ossos, para nem falar da perda do carro que tanto custou a comprar.
Meti-me a caminho e passado pouco tempo já circulava na auto-estrada do norte.
Rondava os cento e quarenta quilómetros hora, o trânsito era imenso. Mas que raio só hoje é que parece que toda a gente quer ir para o norte, neste andar nunca mais chego!
Não fosse ter via-verde e ainda tinha que estar na fila para as portagens onde existiam filas de morte. Estas obras também nunca mais acabam! Xiça estou a ficar sem paciência, será que andamos a pagar auto-estrada para depois andar ainda mais de vagar que nas estradas nacionais? Ao menos que não cobrem nestas zonas! Mas a brisa quer lá bem saber do que me vai na alma. Devia era depois se for apanhado pela policia, enviar a multa para eles! Quase nos obriga a andar mais depressa nas zonas desimpedidas para recuperar o tempo das filas.
Bem já estou cansado e ainda nem sequer cheguei a Aveiras, acho que vou parar para tomar um café mas por outro lado já estou à uma hora a conduzir e ainda nem sequer fiz cem quilómetros, isto não é normal, o melhor é mesmo seguir viagem, senão nem logo a noite lá estou. Liguei o rádio e pus um CD da Marisa os fados dela relaxam-me, agora cantarolava com ela e os quilómetros passavam mais depressa, pudera olhei para o conta-quilómetros e marcava 190, meu deus oxalá eles não andem aí! E vai de acelerar mais um pouco! Ena Santarém 30 quilómetros, sabia que de casa a Santarém eram sensivelmente 115, até à saída depois mais cinco e estava lá. Já tinha feito algumas vezes aquele percurso, em tempos tinha tido uma amiga da net que lá morava e deve morar ainda! Estudava enfermagem. Foi uma amizade linda, durou bastante tempo, mas por parvoíce minha consegui assusta-la tanto que acabei por a afastar por completo, não sendo a minha intenção. Agora corria-me na mente todo o percurso e as zangas que tive por estar uma vez na vida erradamente apaixonado, mas depois acordei e reparei que tinha confundido tudo! Pois era somente amizade virtual, pelo menos da parte dela.
O filme corria a uma velocidade alucinante na minha mente, todo aquele sofrimento que tive, as horas de angustia, as idas à procura de uma vez na vida só a cheirar, ver, sentir que era real, ouvia ainda como se em transe a voz doce que tinha e sentia o sorriso dela da outra banda pelo telefone, e depois aquele telefonema ultimo onde a voz dela tremia e já sem o sorriso me pedia que a deixasse em paz1 não telefonasse mais nem enviasse sms, tudo isso foram momentos que me fizeram muito mal inconscientemente assustei de tal modo que a obriguei a faze-lo para algo que até hoje nunca entendera…depois ainda falamos pelo chat na net mas já nunca mais foi a mesma coisa, quando a via do outro lado tanto queria falar com ela e não sabia o que dizer. Tanto gostava de estar perto para a acariciar e dizer-lhe que a compreendo, e que nada tem a temer! Pois nunca lhe queria fazer mal nem tão pouco tirar do meio ambiente dela, somente vim a descobrir que na net andava sempre a procura, isso sim se alguém que tapasse uma lacuna na minha vida, o afastamento da minha família, dos irmãos que estavam todos longe, dos pais que tb estavam longe. É difícil entender e até a mim me custou a perceber que assim era! A minha psicóloga é que me alertou para um fosso enorme que tinha de carência em relação a coisas do meu passado, tudo isto corria a uma velocidade na cabeça que me distraí por completo já lá se vão anos e naquele momento ao ver a placa que dizia Santarém tudo voltou num instante, as mãos começam a suar os olhos a encherem-se de lágrimas! Num segundo fiquei sem ver nada. Fui limpando como podia mas eram cada vez mais, já não me lembro de ter um ataque de tristeza tamanho, que se passa comigo? Pensei que já tinha ultrapassado e agora tremia, chorava desalmadamente enquanto conduzia! As pernas tremiam não as conseguia mexer, queria travar e não dava, não havia travões! Parece que vou perder o controle, do carro meu deus pára-me este carro que eu não consigo, isto vai correr mal não vejo nada! Aí! Mas que silencio, será que estava a sonhar? Porque se calou tudo? Agora é que já não entendo nada! Ainda estou a dormir e acordado ao mesmo tempo? De onde vêem estas vozes distantes? E porque é que não consigo abrir os olhos? Mas que pesadelo porque falam de desastre? Será que alguém teve um desastre? Claro só pode! Se o dizem, é-me igual estou com sono e quero é dormir.
Outra vez vozes! Será que não se conseguem calar! Ninguém respeita ninguém, gritei deixem-me dormir caraças, fogo que chatos! Bem gostava de saber onde estou, e que horas são. Tenho de ir trabalhar mas sinto-me tão cansado que nem consigo abrir os olhos, não me lembro de ter bebido tanto, será que é efeito do lexotan que tomo para conseguir dominar a falta de sono e agora nem consigo abrir os olhos? Penso que vou ter de parar com eles senão um dia ainda durmo dias inteiros, bem esta voz que ouvi não me é estranha de todo! Onde é que já a ouvi? Podes continuar a falar que me sabe bem! Uma ideia passou-me pela cabeça, mas não, não é! Tu estás mesmo a delirar pá! Ela já nem se lembra que existes. Bem devo de estar no céu, será que morri? E o céu é assim?
Se for quero cá ficar para sempre, o melhor é ir á procura de alguém conhecido! Quem sabe talvez a minha avó mãe-Laura…se ao menos conseguisse ver alguma coisa! Ok não consigo. Tudo bem dorme é mais um bocado, daqui a pouco já acordas e depois vais ver que era só um sonho. Adormeci de novo mas estranhamente mesmo assim conseguia sentir que algo se passava e que nunca me tinha acontecido, não sabia o que era, estava inquieto o tempo todo e ao mesmo tempo sentia-me bem, talvez um pouco tonto! Mal sentia o corpo e mexer isso é que não.
Um balde de água fria resolvia a questão, mas a quem pedir? E como pedir se nem conseguia abrir a boca que parecia seca e colada. Que lindo afinal parece que estou a ver qualquer coisa! Mas que gente é esta que não conheço de lado nenhum! Porque estão todos calados e não comunicam? – Olá tudo bem? Posso saber o seu nome? ok desculpe não queria incomodar. Nem sequer olham! Ignoram-me completamente, mas que mal educados, por onde passo consigo fazer amizades mas aqui parece que vai ser difícil! Na volta é surdo e nem me apercebi! Estou a ser injusto. Mas se lhe esticar a mão ele deve ver e reagir, ok estiquei a mão e só fiz sinalética como quem diz oi passou bem? – Não decididamente não me queria retribuir os olhos pareciam sem vida e tristes, não me pareceu que estivesse a ver seja o que for! Até nas fotos parece que conseguimos ver que a pessoa estava a olhar para algo! Mas os dele é que não olhavam para nada, um calafrio passou-me pela espinha! Não quero estar aqui! Tirem-me deste filme, ahhhhhhhh esta voz outra vez! Ainda bem pois é a única que gosto de ouvir mas porquê só a voz? Onde está a dona? Parece-me que me ouviu mas eu nem falei! Como pode ser? Será que me lê os pensamentos? Olha se és quem eu penso quero-te dizer que fiques aí, não te vás embora, não me deixes com estes zumbis! Tas a ouvir?
Silencio foi a resposta, mas mais alguém ali estava e aquela voz era inconfundível já a conheço desde que nasceu! Mas porque pergunta se a estou a ouvir! Claro minha filhinha, claro que te ouço! Desculpa lá não responder mas tenho a boca colada e não consigo responder, no entanto fala para mim que tenho saudades de ti, já voltaste do acampamento? Porque estás com essa vozinha de choro? Eu estou aqui e estou bem. Onde é que a mãe foi? Porque não ouço a voz dela? Aconteceu alguma coisa que não sei? Por favor diz-me. Mais uma vez silencio… calma parece-me que estou a ouvir a minha Paulinha, afinal também aí estás! ainda bem, já pensava que tinha morrido e que nunca mais vos via! Afinal estou vivo e a sonhar, mas se vos ouço é porque devo de estar num sonho profundo! E se estou a sonhar quando acordar até me vou rir do sonho. Isto é se ainda me lembrar!
Ei ei que se passa porque é que tenho estas coisas no rosto parece que estou ligado a alguma coisa? Bem o melhor é tentar abrir os olhos e apalpar o que raio de coisa é que tenho metida no nariz! Ai onde estou? Já vi algo parecido! Mas! Carambas estou num hospital? Será! Bem não estou sozinho alguém está aqui sinto-o e porque me segura a mão? Estive assim tão mal? Olhei a minha volta mas só com os olhos pois parecia que tinha algo á volta do pescoço! Não conseguia virar a cabeça! Mas alguém estava ali a segurar a minha mão! Consegui vislumbrar uma janela mas era noite. Ouvi então aquela voz de novo, a do sonho! – Olá parece que ainda não foi desta! – Ah! Onde estou? -descansa estás bem, estás no hospital mas o pior já passou, vou chamar o medico para dizer que já acordaste! –desculpe mas você conhece-me? – depois falmos, agora tenho primeiro de chamar o medico de serviço para te ver… olhe que a sua voz não me é estranha de todo! Já a ouvi algures. Saiu e pouco depois voltava de novo mas com uma equipa medica, parecia que estavam contentes de me ver acordado! Será que estive assim tanto tempo a dormir, e porquê! Olá senhor Alexandre, seja bem vindo. Olá,
Que aconteceu? Porque tenho estas coisas no nariz? Isto aflige-me, não pode tirar? –
Ainda é cedo, com calma vamos tirar tudo mas primeiro ainda tem de recuperar bastante.
Oh menina Vanessa se quiser agora já pode ir dormir descansada! Pois parece que já temos homem outra vez. Ele não foge! Ela acenou com a cabeça e agora até consegui ver-lhe uma parte da cabeça, tinha o cabelo curto castanho mas não conseguia ver-lha a cara! Ela pelos vistos não fazia parte daquela equipa médica e consequentemente não se chegou tanto ao pé da minha cama como o resto da comandita. Doutor, o senhor disse Vanessa? – Sim disse porquê? E piscou-me o olho. Agora é que estava confuso que se passa? Onde estou? Você esta no hospital de Santarém, esteve 10 dias em coma e agora tem de descansar, não queremos que volte para lá! Não o podemos transferir para Setúbal porque o seu estado era muito grave! Mas vai recuperar e depois logo o transferimos, agora descanse. Está? Sim senhor, obrigado por tudo. Posso falar com a Vanessa um segundo? … Por favor! Hummmmmmm melhor seria não, devia deixar para amanhã, ela depois do trabalho já há dez dias que não vai para casa! Fica sempre até ás tantas! Não sei muito bem porquê mas pediu para o poder fazer! diz que o conheceu quando deu entrada! Ficou muito abalada! Deve de andar exausta.
Ela trabalha cá por isso amanhã se você já estiver melhor, já pode falar com ela, está?
ok, senti uma mão a fazer uma festinha na minha mas não consegui ver de quem era, mas agora fazia-se luz, e a cada momento recuperava mais a consciência. Adeus Vanessa, obrigado.
Foi-se tudo embora e fiquei acordado, na cabeça passava-me agora coisas muito estranhas queria desligar o pensamento para ver se conseguia descansar, mas qual quê.
Cada vez que mais me esforçava ainda se tornava mais intenso o que me ia na alma! Dez dias ali, pelos vistos sempre acompanhado por alguém que nunca me quis ver! E depois não me largou a mão enquanto dormia, teve todo o tempo do mundo para me contemplar! E eu que tanto a quis ver por um segundo que fosse e não consegui. Este mundo tem tanto de beleza como de crueldade.
Não pus mais olho, desta vez é que não queria mesmo passar por um encontro que tanto ansiei e pelos vistos andei sempre a dormir. Desta vez quando ela entrar por aquela porta dentro quero estar bem acordado! Não sei o que lhe vou dizer, mas vou estar de olhos abertos, pena que não possa ir a algures comprar um ramo de flores para lhe dar quando voltar, se voltar! Mas ela vai entender que não me é de todo possível ir ás compras ligado aquelas coisas horríveis mas que pelos vistos são fundamentais para salvar vidas…
No resto da noite fiquei ali a vaguear com as ideias, a tentar perceber quando foi a ultima vez que estive consciente e o que estava a fazer para ir parar ali! Já se vislumbrava uns raios de luz no horizonte, parece que está a romper o dia, não tardou muito e já se via bem a claridade entrava pela janela e parecia que íamos ter um dia de sol maravilhoso. Uma pomba poisou no peitoril da janela, parecia que me vinha dar as boas vindas! Devia fazer aquele trajecto todos os dias, mas claro só hoje é que a pude ver… pelos vistos era o lugar onde se encontrava com o namorado! Pois passado alguns segundos poisou uma segunda! Ah não era uma segunda, mas sim um segundo! Era um pombo todo empolado e a fazer a dança do amor! Não devia tardar e ia haver casamento…A porta do quarto abriu-se e com o susto lá se foram o casalinho, assustaram-se. Apesar de não a conseguir ver, ouvi o puxador a ceder e ouvia-se então o gemer das dobradiças! será que é ela? Prepara-te para os olhares se cruzarem, pensei eu. Mas não, afinal eram duas enfermeiras que me vinham ver e limpar, mudar a roupa da cama e claro mudar uma embalagem de soro que já estava vazia desde há muito. Estavam visivelmente bem dispostas até brincaram com a situação! Afinal o príncipe acordou! Uma risota pegada… saíram e claro que me apercebi o que queriam dizer, coitadas será que sabem o que de tinta já correu? Será que lhes foi contado quem sou e porquê a colega após o trabalho ali padecer sentada à espera! Sei que nos hospitais a cusquisse existe, mas não me parece de todo que a Vanessa lhes tivesse contado! Ou espera, ela andava a estagiar com mais umas colegas! Será que alguma delas era uma das amigas que frequentou o curso com ela e sabia do passado! Isso já fazia sentido. Pois é deve de ser, bem já comia qualquer coisa! Estou com fome. As horas passam e nada de novo ouço pessoas no corredor para frente e para trás, sempre ansioso que alguém se lembre de mim! Mas nada, onde está a minha mulher e a filha? Nem sei que dia é! Mas também que importa, mas importava mesmo pois tomei consciência de que afinal já estava uns dias fora de serviço e que afinal tinha compromissos! O laboratório estava sem protésico já há tanto tempo! Quem ia fazer atendimento? Tenho mesmo de me por bom rapidamente, senão ainda se vai tudo por água abaixo. A Paula é inteligente que chegue para resolver a situação! Era melhor não me preocupar muito, pois começava a sentir uma dor na cabeça só de pensar. Deve de ter pedido ao Rui! Neste momento começo a ouvir vozes no corredor, eram varias pessoas e uma das vozes era inconfundível! Era a da minha coisinha mais linda deste mundo, a Jacqueline, uma lágrima correu-me pelo canto do olho abaixo, não devia tardar e aquela porta ia-se abrir e então entrava a minha menina e com certeza a mãe também. Meu deus que saudade.
A porta abriu-se e entraram varias pessoas uma delas correu para mim e tentou abraçar-me! Mas não dava muito jeito, olá pai – olá filha, então que coisa é essa no canto do olho? – Desculpa mas não me consigo conter. – eu sei meu amor, - olha trouxe-te uma coisa que vais gostar! –Ai é, mostra lá! Calma já vês, estou tão contente por estares bem! Desatou mais uma vez a chorar. Então , então que é isso? Não morri, ainda cá estou! Não sei bem como aqui vim parar, mas tu vais me dizer! Certo? – Não, não te preocupes agora, põe-te bom e depois logo te vais lembrar. – olá meu amor, então como te sentes? Olha a minha mulher! Dás-me um beijinho? Claro, mas olha que não me consigo levantar! Tens de ser tu a vergar-te. Não faz mal, como te sentes? – Bem, aparentemente, não me dói nada. Ninguém me diz o que aconteceu! Isso agora é secundário. Mas olha que tenho uma surpresa para ti, trouxe-te alguém que tenho a certeza vais querer ver também! – ai é, quem? Os teus pais? – Frio. Os meus pais? – frio. Essas vêem a caminho, mas não são eles! É alguém que já muito anseias por ver! Mas podem ficar a sós, eu e a Jacqueline saio e depois voltamos, até já. – Ok, até já então.
Oi, então doentinho! Hoje já não precisas de que te segure a mão! Pois já cá tens a tua mulher e a filha. Olá minha linda, mas que felicidade a minha… eu ontem já desconfiava que eras mesmo tu, ontem não te consegui ver, mas mesmo assim pressenti que estavas por perto! Pois nos meus sonhos pareceu-me ouvir a tua voz, como é que me vieste desencantar aqui? – Sabes quando ia sair para almoçar, chegou uma ambulância, parei porque estava a impedir o caminho e vi quando os meus colegas tiraram a maca lá de dentro! Olhei para ver a cara de quem ali estava deitado, fiquei chocada porque me pareceu que eras tu. Segui para a cantina mas fiquei muito inquieta, não sabia bem porque, mas estava tão nervosa que não consegui comer nada, regressei há recepção e pedi há colega para que me dissesse o nome da pessoa que tinha sido internada! Ela não sabia, disse-me que tinha tido um despiste na auto-estrada do norte e que o carro capotou varias vezes! Um Renault laguna de Setúbal. Pensei logo que afinal devias de ser mesmo tu, pelas fotos que tinha visto, depois Setúbal! Tinha de averiguar, então fui ter com o doutor que estava de serviço nas urgências e perguntei se sabia o teu nome! Também não sabia mas logo que soubesse que me transmitiria, quis saber o porquê do meu interesse? – Contei-lhe que tinha tido um amigo na net e que era de Setúbal! Eras parecido com ele. Ok menina Vanessa, fique descansada que logo que saiba a deixo saber… e assim foi passado pouco tempo chegou o relatório da policia e confirmou-se.
Daí para, a frente senti que tinha de te ajudar, fazer algo se fosse preciso. Mas não precisavas de ficar a dormir tanto tempo! Pregaste-me um susto enorme. Após o trabalho consegui sempre escapar-me um pouco para te vir ver e fiquei aqui sentada ao pé de ti a ler e outras vezes até adormeci. Pois já andava exausta! Deitava-me tarde e tinha de pegar ás oito. – sabias que enquanto estive ausente te consegui ouvir? Não sei como mas ainda me lembrava da tua voz! Era a parte melhor dos sonhos, não preciso de te dizer quanto desejei um dia ver-te pessoalmente, até que acabamos afastados! Já lá vai um tempito que nem na net te via! E agora que nem me posso mexer para levantar a cabeça é que tanto te queria dar aquele abraço que um dia te prometi e não posso! – ah ah ah ainda bem que não podes senão ainda me sufocavas, estou a brincar! Claro que estou ansiosa que melhores para que o faças, todo este tempo que aqui estive contigo sentada, estive a repensar no que me levou a fazer o que fiz e cheguei a conclusão que o melhor tinha sido mesmo ir ter contigo naquele dia ao restaurante. Peço desculpa mas não tive coragem. Fui cobarde, nem imaginas como me senti! A minha mãe perguntou o que se passava para estar assim tão triste e inventei que estava danada por uma amiga não vir ter comigo como tinha marcado. Mal ela lhe passava pela cabeça que era ao contrário, eu é que tinha falhado por cobardia.
Olha minha linda eu só te perdoo-o se me deres agora um beijinho! Claro que dou, e descansa que já não é o primeiro! – A sério? Não me digas que me violaste enquanto dormia, ah, ah, ah nem me consigo rir, estou a brincar. – Eu sei.
Olha antes que a minha mulher entre quero-te agradecer imenso, nunca te vou esquecer o que fizeste por mim! És um amor e eu sempre o soube, pena nunca te poder ter dito cara a cara, mas no meu intimo sempre soube que eras um anjo, o meu anjo. Muito obrigado, quando sair daqui espero que aceites ao menos uma vez na vida tomar um café comigo e com a minha família para as conheceres! – Olha ainda não te disse mas já tomei vários cafés com a tua mulher e com a Jacqueline também! A tua filha é um amor, mas ao princípio ainda lhe custou olhar-me nos olhos! Mas agora somos amigas. A sério? – se te digo! Ser amigo da minha filha não é difícil, ela faz amizades com muita gente, mas olha que contigo depois daquele tempo! Até me admira, mas se o dizes, claro que acredito. E fico feliz por assim ser. Olha vou chamar elas porque estão cheiinhas de saudade e estou eu aqui em vez delas, pensas que não tenho nada para fazer? Estou na minha pausa do café, as minhas colegas andam sempre a fazer troça, perguntam se vou ver o meu príncipe? Nem lhes ligo, elas só querem é conversa. - Pois as que cá vieram de manhã mudar a roupa bem me queria parecer que o diálogo tinha a ver com o que dizes! – a sério? As parvas, ok vão indo, depois já cá passo logo a seguir ao trabalho, mas hoje saio mais cedo pois o meu namorado já anda de trombinhas, pensa que tenho um aqui dentro. Imagino se fosse eu se calhar também pensava. Vai lá linda e mais uma vez muito obrigada. Vá jinhos e xau porta-te bem, descansa e as melhoras, promete que não foges!
Ta minha linda, prometo. Xau.
Então meus amores! Como vão as coisas lá em casa? Espero que tenhas resolvido o problema do atendimento no laboratório! – calro que resolvi, o Rui é um querido, nem imaginas o esforço que tem feito, sabes que nesta época é de muito trabalho, a Ana coitada so sai ás tantas e eu claro faço o que posso, mas o Rui! Esse é que se tem desdobrado, nem sei como lhe agradecer! É que depois nem aceita dinheiro. Diz que vamos ter de comprar um carro novo e por isso temos de poupar! Minha nossa tive um acidente assim tão grande? Bem o carro capotou varias vezes mas os aerbags é que te livraram de males piores! Segundo o medico a pancada na cabeça foi a coisa pior o resto já está quase bom! A ver se para a semana sais. Mas descansa que a gente da conta. E tu aqui também estás bem entregue, a tua amiga afinal é mesmo uma querida, nunca pensei que podia um dia gostar tanto dela.

AUTOR; Alexandre Ferreira